sábado, 21 de junho de 2014

Quando os pitacos me fazem perder a razão. Quando desabafar se faz necessário!

E vamos ao desabafo do dia, do ano, do mês e da vida. Desabafo constante e de 99,9% das mães, diga-se de passagem. Eu ando perdendo a "linha" com frequência. E com frequência me pego irritada com as adversidades "externas" no universo materno. Isso porque, as pessoas insistem em me dizer como devo me portar como mãe, e como deve funcionar a educação que ofereço à minha filha, aquela cujo carreguei no ventre por longos nove meses, e pari depois de 9 horas e meia em trabalho de parto.

Depois que me tornei mãe, eu descobri que o palpite não solicitado pode ser ainda mais irritante e desagradável do que supunha minha vã filosofia. Eu sempre achei muito chato essas situações em que as pessoas insistem em lhe dizer o que fazer, mesmo que você não tenha perguntado. Eu mesma já me peguei fazendo isso. Nós seres humanos, “homo sapiens”, que perdemos o sapiens no meio do caminho, nos esquecemos de sermos sábios, e adquirimos essa mania insuportável de achar que o que é bom pra nós, é bom pro outro. Mas acontece que não é assim que funcionam as coisas, uma vez que somos seres dotados de uma individualidade indiscutível, e isso é absolutamente visível. Até mesmo nos seres que mais são parecidos na questão comportamental e temperamental, até mesmo esses tem suas divergências de ideias e ideais. Isso é que torna o outro interessante. Isso é que faz do mundo um lugar habitável. Se todos nós fossemos iguais, e vivêssemos exatamente da mesma maneira, creio eu, que a espécie já teria se extinguido. (reflexão “retórica” sem contexto fundamental. Rs).

Enfim... Mas depois que me tornei mãe, essas diferenças e particularidades foram evidenciadas, e saltaram aos meus olhos: “Como posso eu, sendo mãe, pensar tão diferente de outras tantas mães, que são mães, como eu sou mãe. Como pode isso?” E pode! Isso é absolutamente normal, e totalmente aceitável. Mas tem pessoas que não compreendem isso, e insistem em, como vou dizer? Usemos um ditado popular: Insistem em meter o bedelho (pausa para uma reflexão: o que seria bedelho?) onde não foram chamadas. Sim, isso mesmo... NÃO FORAM CHAMADAS.

Mas, como conselho que é “bom” (talvez, quem sabe... só que não!) não se vende, é dado de graça, mesmo que sem graça e sem ser solicitado, lá vem o conselho a galope, posso ouvir o “pocotó” na estrada, ele vem e... ATROPELA A POBRE MÃE! (Quantas vezes eu fui atropelada por conselhos e fiz coisas aconselhadas das quais me arrependi depois). Conselho bom é aquele que é solicitado, do contrário é só palpite, pitaco que irrita e incomoda e que é inconveniente, e muito, ainda mais se for dado à uma mãe. Gente, pitaco IRRITA! E é chato pra caramba, entende?

Sejamos coerentes, mãe é mãe, e costuma conhecer a sua cria. E se ela acha que não está conseguindo, ela procura alguém em quem confia e pergunta. Sim, mães não são “super”, não sabem de tudo, e sim, elas perguntam quando precisam. Eu pergunto! Pra minha mãe, pra minha avó, pra minha sogra, pra uma amiga “mãe” em quem confie, e por aí vai. Não tenho vergonha de sentir uma insegurança que é comum na maternidade, e perguntar. Prefiro conferir se meus instintos não estão falhando, e se o instinto diz: “pergunte”, eu vou lá e pergunto, ué! Nem que seja pro Google, eu pergunto e pronto! Sinto-me bem assim, e faço aquilo que me foi aconselhado, se... Se me parecer coerente e conveniente. Simples assim.

Mas não consigo conceber a ideia de que o fato da minha filha de dois anos, ainda ser amamentada com leite materno, possa ser tão problemático para as pessoas ao redor, ao ponto de virem me dizer constantemente que preciso tirar ela do peito. (oi? Quando foi mesmo que o meu peito virou domínio público?) Isso mesmo! Ela tem 2 anos, 24 meses de pura gostosura e esbanjando saúde, graças a Deus e.. AO LEITE MATERNO! E não! Não vou tirar ela do “tetê” agora, não está nos nossos planos (meu, dela e do papai. Isso, do papai, porque ele participa das nossas decisões), nós não estamos prontas, mamar no peito não nos faz mal, me sinto bem e segura com essa decisão, e não... EU NÃO PEDI PALPITE DE NINGUÉM sobre a “potência” e valores nutritivos do meu leite, que supostamente virou água, e não... EU NÃO PERGUNTEI quando foi que ele virou água, e nem em que momento amamentar que era uma coisa linda e saudável, se tornou uma coisa feia e despudorada só porque a minha “pequena grande Bebê” tenha repentinamente se tornado uma adolescente problemática e mal acostumada aos DOIS anos de idade. (Oi?)
 
Eu também não perguntei quão danoso acham que pode ser a cama compartilhada, e quanto isso pode afetar a conquista da independência da minha filha, que aos dois anos de idade está ainda aprendendo comer sozinha e à controlar seu "xixi" para não usar mais fralda, e o quanto isso pode deixa-la mal acostumada, tanto quanto ainda amamenta-la, e pode oferecer qualquer risco á sua saúde física e psicológica, já que parece que por deixa-la dormir conosco (entre o papai e mamãe, agarrada ao meu cangote e coberta de amor e carinho, com sua integridade física e emocional assegurada por um vínculo de muito afeto e cuidado) ela irá se tornar uma criança mal educada, mal acostumada e dependente que nunca mais vai querer dormir fora da cama dos pais, ou largar o peito da mãe, ou como deixá-la dormir conosco vai prejudicar meu casamento, que vai muito, muito bem, obrigada.


Não!!! Ela não vai mamar ou dormir conosco até os 15 anos. Eu pelo menos não conheço nenhum adolescente que mame no peito da mãe, ou queira dormir no meio dos pais. Alguém conhece? Eu nunca ouvi relatos de adultos problemáticos, por traumas de infância por terem sido amamentados por um período prolongado, por terem dividido a cama com os pais, ou por terem recebido muito amor.

Um dia a independência vai chegar, Manuela vai bater suas asas e voar, e nós (eu e o papai coruja) poderemos nos arrepender por não ter aproveitado esse momento em que podemos dar muito colo, e aninhá-la em nosso colchão. Porque os filhos crescem, e voam, e nós ficamos no solo, admirando seu voo, com a sensação de termos feito todo o melhor por eles (ou não!). E para mim hoje, oferecer meu leite materno e a cama compartilhada, juntamente de uma alimentação saudável com restrição de açucares, gordura e guloseimas desnecessárias, me parece ser a alternativa mais assertiva. Se não é, não diz respeito a ninguém, que não sejamos nós: mamãe, papai e Manuela.

Eu também não compreendo qual é a pressa de desfraldar o filho dos outros. Manuela que ao auge de seus 24 lindos meses de vida, já passa pelo processo gradativo de desfralde, naturalmente, sem pressão, sem pressa e sem traumas, quase totalmente “desfraldada” há seu tempo, pedindo pra fazer xixi na “pivada” e cocô na “falda”, não está com nenhum problema de desenvolvimento, pelo menos a meu ver. Não dá pra compreender porque querem desfraldar um bebê tão cedo. E vêm os pitacos de todos os lados: “Mas você não tirou a fralda ainda?” E se bobear ordens: “A partir de amanhã deixa ela sem fralda o dia inteiro! Ela precisa sair das fraldas”. É o que hein? Quem tem que decidir isso é ela, com a minha ajuda, e quando ela estiver pronta, eu vou saber porque gestei, pari e tenho criado e amado ela todos os das há 2 anos e aproximadamente 9 meses, desde que me vi grávida. E o desfralde vai acontecer no tempo dela, na hora dela, e não na hora do... Vizinho?

“E a escola? Ela não vai pra escola ainda? Ela precisa ter convívio social, precisa aprender a dividir!” 

E ela não sabe? Quem disse?

Manuela é uma criança super saudável, raramente fica doente, nunca tomou antibióticos, e também não toma refrigerantes, quase não come frituras ou doces (se dependesse só de mim, não comeria nunca, mas... rs). É uma criança absolutamente sociável, comunicativa, brinca com outras crianças sempre, divide seus brinquedos, conversa até pelos cotovelos. Ela come muito bem, frutas, legumes, e o que oferecer a ela. Não vejo porque coloca-la na escola tão cedo, se a avó pode ficar com ela enquanto preciso trabalhar. Não vejo porque forçar um desfralde precoce se sabemos que cada pessoa tem seu próprio tempo pra tudo na vida. Não vejo motivos para interromper a amamentação se a recomendação do ministério da saúde é de que se amamente até dois anos ou mais, e se isso não interfere no convívio social e na alimentação dela.

Assim como ainda tento compreender onde foi que eu errei quando decidi parir! É... eu pari! Mas segunda a sabedoria popular, coloquei a vida da minha filha em risco, já que... Parto normal mata (?). Mata? Eu realmente não sabia! Aliás... Manuela está aí viva, super bem e saudável para contar história e dizer que PARTO NORMAL NÃO MATA NÃO SENHORA!

Porque a nossa sociedade moderna, corrompida pela “tecnocratização” deseja tão arduamente que venhamos a corresponder suas expectativas no que diz respeito a “criar um ser humano”? Tendo que, para isso oferecer sucos e alimentos sólidos, antes dos seis meses, usar só fraldas descartáveis, e consumir produtos industrializados, bolachas e “Danoninho” tão cedo? Porque a sociedade acha que temos que criar seres humanos nos baseando na “modernidade” e no que há de mais recente de tecnologia? Porque a sociedade vê num ato fisiológico como o parto “um risco” e um atentado à vida? Porque a sociedade reprime a amamentação acima dos 12 meses? Porque a sociedade julga e impõe regras tão rígidas para criar um ser humano que sabemos, é um individuo e tem de ser respeitado em sua individualidade? E principalmente porque a sociedade acha que pode interferir na forma de agir das pessoas que agem diferente da maioria?

Eu compreendo que haja uma necessidade de repassar conhecimentos, mas temos todos que compreender que o conhecimento adquirido de forma espontânea tem maior valor. Quando o conhecimento é passado de forma arbitrária, torna-se ditador e preconceituoso. Quando é passado em forma de "pitaco" torna-se chato e desnecessário.

Romper as barreiras que a sociedade impõe sem perder a linha, tendo jogo de cintura e muito bom humor, não é fácil, mas garanto que é o caminho mais fácil a trilhar. Use cara de alface com sorriso amarelo sempre que necessário, e siga feliz. Quem decide o que é melhor para um filho, continua sendo a mãe.

O intuito dessa mensagem é mostrar quão desagradável é se intrometer na vida do outro sem ser solicitado. O quanto um pitaco pode ser “danoso” ao invés de instrutivo, e quanto muitas vezes somos preconceituosos sem perceber, porque não “aceitamos” a opinião do outro, e a julgamos errada, só porque fazemos diferente. Isso também é uma forma de preconceito. A sociedade nos impõe regras, que não necessariamente estão corretas, e nem sempre elas devem ser respeitadas. Usando do dito popular, nesse quesito de fato, regras (impostas pela sociedade) foram feitas para serem quebradas
.  
É sempre bom lembrar que, nem sempre o que é bom pra gente é bom pro outro, e vice-versa. Impor à alguém algo que julgamos correto, de forma à ofendê-lo e incomodá-lo não é legal.

Quer dar pitaco? Olhe-se no espelho, no fundo dos seus olhos, e reflita... Tente se imaginar recebendo o mesmo pitaco... e só então, se ainda assim se convencer de que está certo, vá lá e dê o pitaco.
Eu não garanto resultados magníficos, mas costuma funcionar.


Ótima tarde e um final de semana espetacular.

Um comentário:

  1. Cara, é minha vida q vc relatou aí kkkkkkkk
    Meu filho tem 10 meses e uma prima do meu marido, sempre q o vê no peito, vem dizer q tenho q desmamar ele. Desde que ele nasceu ela vem dizendo q tinha q deixar só 6 meses. Agora ela disse q foi com essa idade q ela desmamou o dela (10m) e q não tem mais nada no meu peito. Eu já muito sem saco, disse q se ela decidiu assim era problema dela e do filho, não meu. E q se o leite dela era sem nutrientes, ela podia ter certeza q o meu sustenta o Arthur muito bem. O q me tira do sério é que não é uma pessoa sem acesso à informação, pelo contrário. As bisas do Arthur falam umas besteiras dessas, mas eu faço ouvido de mercador. Mas não tolero ignorância (de falta de conhecimento) de uma pessoa da minha idade, paciência tem limites.

    Isso pq ela não sabe da cama compartilhada!!! hahaha

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