segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Desabafos Maternos... Cenas do próximo capítulo!

Esse texto foi publicado na minha página no facebook (Planeta Maternidade) há quase um anos atrás. 
E eu ainda posso sentir o nó na garganta que me deu ao escrevê-lo... posso sentir o sabor das lagrimas que rolavam pelo rosto, e chegavam aos cantos dos lábios...
Mais um desabafo materno, daqueles que só quem é mãe compreende!!!
Desabafo de uma sexta-feira
Hoje de manhã, como todos os dias de trabalho, eu senti o coração tranquilo e grato por ter um emprego e poder garantir uma qualidade de vida para minha filha, mas como sempre senti o coração pequenininho e apertado por ter que me ausentar por um longo período, e por isso acabar perdendo boa parte de suas “gracinhas” e suas conquistas, como o primeiro xixi no peniquinho. É... foi ontem! Aconteceu e eu não vi, perdi essa conquista dela! Mas me consolo, afinal é tudo por ela, e a vida é assim, dura mais cheia de graça. Tenho saúde e força de vontade para trabalhar, um emprego, um lar, um teto sobre minha cabeça, um cobertor para me aquecer (inclusive um cobertor de orelha. Rs), uma família linda que me apoia e me ama, um marido que me ajuda e me apoia em tudo e uma filha que é o presente mais preciso que eu já recebi. Precisa mais?
Mas hoje confesso, o coração ficou bem mais apertado e abatido! O dia começou diferente, senti pela primeira vez o coração mais apertado do que de costume, e ao mesmo tempo senti um orgulho imenso dentro de mim, pois senti a certeza de que estou fazendo o melhor pela minha filha, e estou trilhando o caminho certo na sua criação. Manuela é uma criança espetacular obediente, serena, ativa, esperta, e muito inteligente. Raros os momentos de “crises”, sim porque eles existem e acontecem lá em casa.
Ela quase nunca fica doente, se pegou um ou dois resfriados mais fortes foi muito. Nunca tomou antibióticos... NUNCA! É uma criança absolutamente saudável e comportada. E hoje notei mais uma qualidade nela, a compreensão. Eis que essa compreensão foi o motivo de que lágrimas rolassem pelo meu rosto de orgulho e de aperto no peito também.
Hoje de manhã, acordei para ir trabalhar, tomei meu banho como de costume, e Manuela, permaneceu na nossa cama compartilhada dormindo. Me arrumei e fui para cozinha tomar café, quando me sentei ouvi aquela vozinha doce e “amassada” pelo sono me chamar: “Mamãe!” Prontamente, fui atende-la como sempre gostei de fazer desde que nasceu, atende-la no primeiro instante que ela me requisitava. Quando cheguei ao quarto, lá estava ela, sentadinha sobre a cama, descabelada e linda, esfregando os olhinhos verdes, ainda inchados da tranquila noite de sono que tivera!
Cheguei e disse a ela: “Bom dia filha...” E ela, muito tagarela, já uma expert em palavras novas, ao auge dos seus 17 meses, respondeu: “Bom dia!” do jeito dela é claro. Me olhou com aquele olhar faceiro cheio de vida e brilhante, sorriu, deitou no travesseiro e me disse: “Maemãeni vem qui, deita!” (explico: mãeni é uma forma carinhosa que ela me apelidou, e as vezes ela usa esse mãeni para me chamar, e eu confesso que amo). Olhei para ela com o coração já apertado e disse: “Filha mamãe não pode deitar agora, preciso trabalhar! Vem, vamos tomar café com a mamãe.” - Tomar café em família é quase que uma regra para nós, virou uma rotina deliciosa, e sempre que Manu acorda conosco fazemos esse ritual, nos sentamos à mesa e tomamos café da manhã juntos, conversamos e nos amamos da forma mais natural e singela que pode haver no mundo inteiro.
Manu, não se contentou com minha explicação, e replicou: “Mamãe, deita... tetê!” Sim, ela queria o tetê, o tão amado tetê da mamãe – sim eu ainda a amamento com leite materno, e não, não tenho a menor intenção de parar de amamenta-la por enquanto, porque para mim, esse é o melhor momento para amar integralmente, o momento em que me aconchego com ela nos braços, e abraçadas nos doamos uma a outra de forma sincera, inerente, sem barreiras, sem limites, sem reservas, sem preconceitos, nos entregando à forma mais pura de amor! – Eu expliquei a ela já com o coração doendo: “Filha, já já você mama o tetê, vamos tomar café com a mamãe vem! Mais tarde quando a mamãe chegar a gente deita tá bom?” Ela? Simplesmente respondeu: “Tá bom”, levantou-se, e veio para o meu colo, sorrindo, tranquila, numa obediência irrepreensível, numa serenidade inimaginável, num ato de compreensão e “compaixão” inigualável, um adulto não seria tão entregue a sua compreensão como ela foi! Como se compreendesse tudo que se passa ao seu redor, que eu preciso trabalhar para ajudar nas contas da casa, para garantir a ela uma qualidade de vida, para termos nossa casa própria, e certamente ela compreende! Eu sei que compreende!
Naquela atitude ingênua e totalmente “involuntária”, parecia ter percebido meu sofrimento de não poder deitar com ela naquele momento, e de ter que deixa-la aos cuidados da avó todos os dias de manhã, e estava me dizendo: “Tudo bem então mamãe, eu vou com você não tem problema. Tá tudo bem!”
E foi nessa hora que não contive as lágrimas e a primeira rolou! Que vontade senti de me jogar naquela cama, abraça-la e ficar lá dando a ela o seu “tetê”, até que ela resolvesse finalmente despertar e levantar para brincar. Que vontade estar com ela o dia todo sem horários nos limitando, sem o tempo para nos atrapalhar. Naquele momento eu percebi como é importante doar a minha filha qualquer segundo do meu tempo que seja, para ela é importante, é necessário, é suficiente. Eu percebi que eu tenho um tesouro em forma humana dentro da minha casa, a minha filha me mostrava naquele ato tão simples o quanto é importante a compreensão, o quanto é de dever do ser humano a compaixão ao próximo, o quanto torna nosso dia mais simples se formos compreensivos com os problemas e regras dos outros!
Ela me encheu de orgulho, porque ela em sua simplicidade me mostrou que é humana, é compreensiva, e acima de tudo, me mostrou que amá-la de forma incondicional usando meu instinto e meu amor acima de qualquer achismo ou opinião alheia, não permitindo algumas coisas com ela, tem feito dela um ser humano simples, que compreende regras e limites. Dar a ela a oportunidade de dormir conosco, de mamar no seio materno até quando ela se sentir confortável com isso, não é criar uma criança mimada e dependente como a sociedade julga, é simplesmente mostrar a ela que a forma mais pura e verdadeira de viver é amando ao próximo sempre, sem reservas, sem preconceitos, com carinho e compreensão!
Sei que talvez tudo isso pareça um exagero, um clichê ou uma bobagem materna qualquer, mas eu de fato me senti orgulhosa, embora com o coração em pedaços, porque a minha filha me ensina mais do que eu ensino ela, e desde bem pequena já demonstra ser um ser humano, humano!
Ser mãe exige renuncias demasiadas para a nossa vida pessoal, mais do que se possa imaginar, e muitas vezes essas renúncias parecem penosas demais. Mas não há renúncia pior, mais dolorosa, mais triste para uma mãe do que a de ter que renunciar ao seu tempo com o filho, a renúncia de estar com ele, e ter que dispensar seu tempo com outra coisa longe dele, ainda mais quando essa renúncia nos é imposta de forma ditatorial, sem alternativas, sem chance de escolhas.
Eu amo ser mãe, e a maternidade me completa, com todas as suas dificuldades e obstáculos. A graça que ela me traz, compensa qualquer barreira que eu tenha que enfrentar. A maternidade me representa.
“A maternidade é um estado de graça, em que a mulher encontra-se no seu mais alto nível de entrega, e encontra dentro de si o único amor que nem mesmo ela consegue explicar ou entender.”

sábado, 8 de novembro de 2014

Desabafos de uma vida materna

Ela é mãe. E uma mãe exausta como grande parte de nós. Mas acontece que as vezes nos sentimos culpadas por essa exaustão. Por sentirmos esse desejo de ter um dia só pra nós, e não falamos, não desabafamos. É importante saber que isso é normal. Toda mãe precisa de um dia no salão de beleza, de um dia pra tomar um banho relaxante, pra ir ao banheiro tranquilamente, para sair para conversar sem criança chamando e pedindo atenção. Isso não significa que não gostemos de ser mães. Isso significa que ser mãe também é ser humana, ser mulher, e precisa de um tempo "só".
Essa necessidade às vezes nos sufoca, e nós a negligenciamos por culpa, por acharmos que não temos direito à um descanso às vezes. Mas isso não nos faz bem. É importante que de vez em quando, deixemos nossos filhos com alguém em quem confiamos, para que possamos sair com o parceiro, ou dar uma passada no salão, respirar um ar sem cheiro de leite e de fraudas. Rs... Isso também faz parte da vida! Não precisa se culpar. É bom, e ajuda muito. Melhora autoestima, e até o humor.
O desabafo abaixo, é de uma amiga muito querida, que esgotada, desabafou com o parceiro depois dele ter reclamado do quarto que estava com a cama por fazer...
Nós não estamos sozinhas! Nós somos todas mães apaixonadas, mas que também ficam exaustas às vezes.
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Sabe amor... estava pensando que você tem razão. 
Realmente bate um "Tédio" quando entramos em casa e vemos bagunça pra todo lado...
Mas acho que você não devia levar isso em consideração, afinal, poderia ser muito pior ! 
Tente imaginar como é não saber o momento em que seu dia acaba ou em que momento ele começa. É assim que eu me sinto todos os dias. Especialmente nas semanas em que nosso filho adoece, como hoje, e eu não consigo dormir nem duas horas seguidas. 
Se a noite é turbulenta o dia é muito pior. Sabe aquele velho ditado em que diz: Nadei, nadei, nadei e morri na praia? É assim que eu me sinto, pois passo o dia inteiro, cada hora, cada minuto, juntando brinquedos espelhados pela casa, limpando restos de comidas que se espalham pelo chão, trocando fraldas intermináveis e lavando rios de xixi de cachorro que se espalham pelo quintal. E sempre que entro em um comodo diferente sinto muito TÉDIO, por que lá esta toda a bagunça novamente. Às vezes não me irrito por que a pessoa que bagunçou tudo aquilo solta um sorriso e fala: "Olha o que eu fiz mamãe, vem brinca com eu", sim, eu me permito sentar ao lado dele e "perder alguns minutos" brincando com nosso filho. 
Imagine só se você passasse uma hora e meia no fogão cozinhando nesse calor? E imagine perder mais uma hora tentando alimentar alguém que recusa a comida que você fez com tanto carinho. Eu dou costas para as birras e choros e volto para a cozinha, afinal, preciso limpar tudo que sujei e muitas vezes fazer outra opção de comida para a alimentação do nosso filho... e sujo tudo de novo, muitas e muitas vezes durante o dia. Nem consigo contar.
Depois de chegar e ver a sala completamente revirada pela enésima vez,  recolho os brinquedos ouvindo os gritos insistentes de uma criança que quer que eu deixe  tudo como está e não aceita ajudar a recolher nada. 
Paro tudo que estou fazendo e vou dar banho, fazer mamadeira e fazer ele dormir. Sempre com muito choro! Muito Stress e muita birra. Sempre!!!
Fico com sono, raríssimas vezes me permito dormir com ele por algumas horas. Quando o cansaço físico é insuportável. Mas geralmente, preciso levantar, lavar roupas, passar, estudar, fazer meus trabalhos da faculdade e algumas tarefas que são impossíveis fazer com ele acordado. 
E o engraçado é que mesmo assim ele me chama a cada 10 minutos, e eu nunca consigo me concentrar em nada, muito menos concluir uma tarefa ou um raciocínio.
Depois disso a saga da alimentação recomeça, a bagunça recomeça, a louça recomeça... todo o trabalho recomeça. Dar frutinha, trocar, limpar, fazer suco, limpar de novo, recolher as roupas da gaveta que ele jogou no chão, gastar uma hora tentando fazer ele te obedecer e ajudar a recolher...e bla bla bla. 
Fora isso, estou entrando em semana de provas na faculdade, minha irmã vai se casar e eu estou ajudando a organizar o chá e a despedida de solteira, é um dever como irmã além de ser um prazer, mas está tudo muito corrido, afinal, o é daqui um mês.
Passo o dia desejando alguns momentos sozinhos, sem nada para fazer, só para esticar os pés e olhar pro nada e não fazer nada. Ou até mesmo para usar o banheiro em paz, sem ninguém chamando, chorando, entrando e me pedindo coisas. 
Muitas e muitas vezes só me resta as noites depois que você chega (e pode olhar nosso filho) para limpar melhor algumas coisas e concluir as tarefas que passei o dia inteiro tentando fazer. Às vezes bate um TÉDIO quando te vejo sentado, no "fim do seu expediente" enquanto eu passo pra lá e pra cá limpando a casa e você "NEM TCHUNS". Sempre fazendo algumas coisas que você fez hoje e não gostou, pois são muito chatas, mas que se você fizesse me ajudaria muito mais. (Colocar as roupas sujas no cesto, recolher copos e mamadeiras da sala e do quarto, tirar suas roupas de cima do sofá...)
Por fim, às vezes eu gostaria de saber qual é o fim do meu expediente e qual o começo. Acho que não tem. 
Tem algo mais entediante que isso? Acho que sim...  Trabalhar o dia todo e ouvir seu marido chegar em casa emburrado pela bagunça é muito, muito mais chato e "entediante"
Te amo mesmo assim