terça-feira, 28 de outubro de 2014

Rala povo brasileiro... Rala!

E a mamãe pensante andou pensando em política...

Que me desculpem os sociólogos, historiadores, filósofos, mas eu não estou presa ao passado Psdbista, e não pude julgar o candidato derrotado por mínima diferença, diga-se de passagem, pelas mazelas antepassadas do partido ou pelo histórico de maus feitos de FHC. São pessoas diferentes, são épocas diferentes. E eu não voto em partido, eu voto em possibilidade de mudança, mesmo que ela seja apenas uma remota sugestão utópica. Nem de longe o candidato tucano era o candidato ideal, mas uma alternância de poder a essa altura, seria bem vinda.

 Eu vivo num presente, e nesse presente me preocupa mais o parecer dos economistas do que dos filósofos e historiadores. Podem me chamar de umbiguista, individualista, de capitalista radical, de reacionária neoliberalista e de sei lá mais o que, eu estou sim muito preocupada com a nossa economia, porque isso tem refletido diretamente na indústria, e é numa indústria, que eu trabalho e garanto o sustento da minha família. E eu tenho visto esta mesma indústria à beira de um colapso há alguns anos. Eu nunca pude contar com assistencialismo de governo. O governo me colocou numa posição de “classe média”, e eu ainda estou buscando uma coerência lógica para essa colocação, porque definitivamente minha situação financeira não me eleva a esse patamar desejado por tantos, e odiado por outros.

Imagem retirada do Google
Marilena Chauí que o diga! Ela que me desculpe, mas eu não tenho absolutamente nada contra a classe média. Quisera eu fazer parte de forma absoluta dessa classe que movimenta 58% da economia desse país. Ao contrário disto, eu precisei financiar meu apartamento numa instituição financeira para ter uma casa própria, não consigo fazer viagens interessantes nas férias, não tenho um carro do ano, e longe de conseguir consumir tudo que desejo, eu consumo o essencial à minha sobrevivência, para manter um mínimo de dignidade.

Logo Marilena, essa senhora bem vestida de nome conceituado e discursos emocionantes, logo ela, parte integrante desta parcela da população brasileira, vem dizer que odeia a classe média? Esse discurso marxista furioso não me convence. Suas palavras revelam apenas uma fração do que ela sente por nós. Aliás, se ela quer combater o preconceito, e as abominações cognitivas as quais ela se refere, é melhor que ela se “localize”, pois ela a meu ver está se incluindo como tal abominação. Preconceito é preconceito minha gente, e o que Marilena Chauí declarou em seu discurso de “emoções inflamadas” na comemoração dos 10 anos de governo PT, nada mais foi do que PRECONCEITO.

Mas os seus seguidores são muitos, longe de compreenderem a incitação de ódio e discriminação da professora, eles a defendem com a “desculpa” de compreenderem o que ela quis dizer. Sinto muito, mas eu não compreendo! Fui obrigada a ler que “o povo está se achando classe média só pra se sentir importante”. Oi? Não minha gente. O povo só está “aceitando” e muito a contragosto, a colocação que o próprio governo lhe impôs. Se é coerente, não importa, o governo é quem dita as regras, né? O governo, que deveria governar para todos, está preocupado com estatísticas de classes sociais, isso lhes garante algum prestígio diante de perspectivas comparativas, ao que parece, e só. E se na concepção deles nós somos classe média, mesmo que não tenhamos uma renda suficiente para nos dar uma condição de vida financeira estável de classe média, então, indignados nos submetemos a isso, não há muito que se fazer. Até porque, a minha avó que sobrevive com um salário mínimo, que não tem nem TV a cabo e nem internet, e que ajudo mensalmente com cesta básica, ela, segundo a “contagem” do governo PT, é classe média. Que lógica isso tem? Eu digo que nenhuma. Mas vamos ser felizes e juntar as migalhas que nem sobram para quem sabe um dia fazermos uma viagem para o exterior. O governo jura que podemos. Eu ainda estou em dúvida.


Independente de me achar ou de ser obrigada a engolir tal classificação, porque definitivamente não acho mesmo que eu me enquadre nesses números equivocados, eu não engoli foi o discurso furioso da professora de filosofia petista. Porque claramente ela se referia a uma parcela da população, que raciocina e que rala muito, e vota com a cabeça e não com o estômago, e se orgulha disso, mesmo estando longe de ser classe média. O problema dela com essa tal classe média, aliás, deve ser esse orgulho pelo suor derramado em suas conquistas.

Imagem retirada do Google
Nenhum discurso de ódio me convence. Discurso de ódio e intolerância me dá nojo e eu repudio qualquer tipo de preconceito. E o que a professora fez nada mais foi do que declarar preconceito à classe média. E cá entre nós, que diferença há entre esse tipo de ódio com o que temos visto rede social a fora no que diz respeito à divisão clara de “preferências e ideologias políticas”? Preconceito é preconceito. Ódio é ódio. Qualquer que seja o discurso que envolva ódio e preconceito merece repúdio. Simples assim.

Marilena se esvaiu em seu discurso medonho, sem muito argumento, mais cheia de ódio e intolerância, ela surtou. Perdeu o limite do bom senso, e se há alguma abominação cognitiva aqui, esse alguém é ela, porque ela foi ignorante. E ela foi a estupidez, a arrogância, a petulância e a ignorância reunidas num só discurso, numa só pessoa.

Como gosto de repetir o meu discurso bordão: Não se combate preconceito com mais preconceito. Não se combate ódio com mais ódio, violência com violência. Marilena Chauí perdeu a razão. FIM!

Imagem retirada do Google
Se ela queria convencer alguém sobre como a classe média brasileira é medíocre, ela só conseguiu convencer a classe média e a classe que o governo diz que é média, de que “intelectuais acadêmicos” também sabem ser ignorantes e medíocres, tanto quanto ou até mais aos que ela repudia e chama de aberração e terrorista. Vestida com um terninho aparentemente de grife, ela perdeu os argumentos e se afundou em ofensas vazias num discurso raso. E fora aplaudida com honras, por ninguém menos que Lula, o PTista pai, que enquanto Marilena destilava seu ódio com palavreados mal colocados, embora bem discursadas, ria-se em deboche. (E esse houvera sido um dia, o herói da minha infância visto pelos olhos vislumbrados do meu pai! Ledo engano o meu.)

Eu que não tenho essa “sensibilidade filosófica” dos acadêmicos sociólogos e historiadores para ver o nosso atual modelo de governo como uma coisa boa, (muito embora veja suas grandes conquistas sem lhes tirar o mérito) e nem essa melancolia inflamada que incita ódio como o da Sra. Marilena, vou tentando seguir em frente a passos curtos, em busca da minha colocação coerente na classe média, já que hoje ela é fictícia. Dados estatísticos ainda não pagam as minhas contas, ainda não me permitem viajar quando desejo, e ainda não me pagam férias em Miami.

E se por um lado, a minha indignação com o discurso de ódio da professora Marilena contra a classe média, me corroeu os neurônios, por outro lado, esse discurso me fez refletir em como as pessoas tem vivido aprisionadas a ideologias, e tem se usado delas para defender um partido corrupto. Essas eleições trouxeram à tona até mesmo as malfeitorias de FHC, como se Aécio Neves fosse a projeção da continuidade de um governo já superado e deixado para trás. Até esse vídeo da Marilena, gravado em 2013, foi tirado do fundo “mais raso” do baú como tentativa desesperada de “cancelar” intensão de votos de simpatizantes do governo PTista (como se isso fosse possível). Não funcionou. Funcionou melhor o terrorismo dos militantes depredando a editora Abril e coagindo o galera do bolsa família dizendo que eles perderiam o auxílio se a oposição ganhasse as eleições. Deu certo!

O fato é, que até pouco antes das manifestações de 2013, eu não tinha uma visão política muito bem definida. Eu tinha certa bronca do PT por ouvir em sua hierarquia organizacional nomes como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno.

Eleições passadas, fim das brigas em rede social, ou não, a minha visão política não muito polida, e cheia de alguns alavancos e desencontros, foi se desenhando e se definindo. Eu, pela vivência sofrida, pela história de vida, pelas conquistas suadas, compreendi que na minha filosofia não cabe socialismo. Eu não me identifico com ele. Infelizmente. Ou não! PT não me representa. Não mais.

Insatisfeita com o resultado dessas eleições, por questões óbvias, eu sigo a caminhada vendo os cofres públicos serem saqueados com a permissão de 51% dos brasileiros, sendo que 21% se abstiveram da responsabilidade de cobrar que os ladrões sejam punidos. Sigo vendo José Dirceu e José Genoíno aclamados como heróis pelo PT, e ainda por cima, tendo suas penas reduzidas. Tenho pena de Joaquim Barbosa, trabalho duro, condenações quase históricas reduzidas a “pó”.

Seguirei indignada, ao me lembrar de que o governo deixou de recolher mais de 1,1 bilhão de reais em impostos da FIFA na realização da copa desse ano, perdoou dívidas de países africanos, financiou porto e aeroportos em Cuba, metrô na Venezuela, e nós continuamos com saúde e educação sucateados. Nossos metrôs e portos então, nem se fala. A indignação permanecerá, quando os noticiários falarem no escândalo da Petrobrás, e em seus evolvidos: nomeados pelo governo e integrantes deste partido. A minha indignação com os meus irmãos conterrâneos seguirá quando os culpados forem condenados (e eu espero que seja logo), e a presidente eleita por eles, seguir com seu discurso passivo e permissivo, se isentando de qualquer responsabilidade a respeito dessas situações. Pior, se abstendo do dever de dizer o que pensa a respeito de pessoas como José Dirceu. E eu repito, eu vivo o presente, e este presente é “doído”, carregado de corrupção e escândalos. Um dia isso será história, será que os historiadores e filósofos irão se atualizar e lembrarão isso?

Seguirei indignada, pela complacência brasileira, pela ausência de coerência nas urnas em contraste com o que vimos nas ruas (e eu falo também com relação ao governo do estado. Alckmin de novo?). O rosto desses brasileiros que vaiaram nos estádios, diante dos olhos do mundo inteiro, a então presidente, que saíram as ruas em manifestações, agora não tem mais forma diante dos meus olhos. Esses rostos se apagaram, e não apenas da minha memória, mas do peso histórico que as manifestações teriam, se tivessem sido levadas a sério. O Gigante não acordou meus amigos, mas dorme em berço esplêndido. O dissabor desse lamentável desfecho das eleições foi surpreendentemente o de luto, não por incompetência de um governo de conquistas reconhecidamente absolutas, mas pela sujeira que se vê nas notícias mais recentes sobre corrupção. O país veio à falência de seu estado de graça, onde “verás que um filho não foge à luta”, mas morreu afogado às “margens plácidas do Ipiranga”. Não foi impávido embora belo! O povo dormiu num importante momento de sua história como nação democrática. Votou pela necessidade e não pelo amor à pátria. Votou pelo passado e não pelo presente.

Longe de mim, falar contra os pressupostos desse governo ou de qualquer tipo de assistencialismo, acreditando eu que, essas são conquistas importantes da sociedade, ganhos sociais que governante nenhum deve botar a mão. Eu tenho que dizer que embora eu reconheça todo potencial dos auxílios sociais como arma importante para tirar brasileiros da miséria extrema em situações emergenciais, sigo, com aquele gosto amargo de que isso limita (ou escraviza) grande parte da população a permanecer no escuro e votar pelo medo de perder o que lhe garante sustento. Esses que em grande parte são inclusive desprovidos de informação, e provavelmente não estão cientes do que acontece nesse país. Alguém já perguntou para algum deles sobre o escândalo na Petrobrás? Sobre mensalão? Sobre nomes como José Dirceu? Se eles sabem, ignoram. O que deve ser pior. Enfim, sigo acreditando que um dia essa realidade irá mudar. Eu preciso acreditar nisso, é o que me resta agora.

Eu não consigo me limitar a olhar esse país pelos olhos dos acadêmicos de ideologias socialistas brilhantes, por mais que às vezes eles pareçam ter razão. E eu respeito muito esse ponto de vista. Mas hoje eu só consigo perceber, que enquanto um governo governar só para os “pobres”, a classe trabalhadora é “ameaçada”. Eu só consigo enxergar o que afeta aquilo que garante o sustento de milhões de brasileiros, trabalhadores: o emprego. Esses estão ameaçados se a economia continuar como está. E essa é uma vertente importante a ser considerada num governo. Não vamos tapar o sol com a peneira, essa é uma parcela importante da população.

Eu só espero de coração que a presidente reeleita faça jus à frase: “Brasil, um país de todos”, e passe a governar também pela classe média, e pelos que ralam tentando uma colocação descente na tal classe, já que o governo sem muita coerência insiste em coloca-los lá. Eu só posso desejar sorte à presidente e a nós, porque estamos mesmo entregues à própria sorte.

Aos historiadores, eu digo que têm meu respeito eminente a essa visão incrível, esse peso enorme de acadêmico que estudou para conhecer o passado e as origens, e compreendo que essa carga histórica, poderia sim refletir de algum modo, inclusive negativo, no governo de determinado partido. Porém não dá pra viver preso ao passado, eu vivo num presente, duro presente, e esse me diz que é mais grave o que tem acontecido hoje, porque isso reflete diretamente na situação atual do país. Essa história a que se referem, é uma lembrança amarga do que aconteceu no passado, que já foi superado (espero). Vivo o presente, e seja o que Deus quiser.

Aos filósofos e sociólogos petistas eu digo: Não sou acadêmica e voto por vivência, pelo que vejo pelo que pondero, e não apenas por ideologia.

Aos demais, eu digo: Rala povo brasileiro... Aquele que não tem bolsa social tem que ralar pra viver!

Imagem retirada do Google

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Andadores, porque tê-los?

O eterno divisor de "águas maternas". O vilão da primeira infância... O limitador de liberdade... o que dá falsa sensação de tranquilidade... a inquietação da sociedade brasileira de pediatria.

O tão temido Andador...

Esse assunto é tão polêmico quanto muitos outros assuntos nesse universo da maternidade, até mesmo como a própria maternidade em si, ou a peculiaridade de cada mãe em seu modo de maternar (quer coisa mais polêmica que exija mais jogo de cintura e paciência?). Diria até que é um assunto tão ou até mais polêmico que o tema: “chupeta”, mas em um ambiente mais delicado, onde os riscos e malefícios são ainda mais elevados e consideráveis, onde as consequências são extremamente complicadas, e em alguns casos até irreversíveis.

Antes que me julguem ou critiquem (embora já esteja acostumada), pondero: Sim! Eu fiz uso de andador quando criança! Sim! Vi meus irmãos usarem. Sim! Usei com a minha filha (embora pouquíssimo e esteja seriamente arrependida disso hoje). E finalmente NÃO! Nenhum de nós sofreu algum tipo de dano irreversível que comprometesse nossa estrutura óssea, nossos ligamentos ou qualquer coisa do tipo a ponto de comprometer nossa vida. Exceto por um galo cruel que meu irmão mais novo ganhou quando tinha apenas nove meses, porque ele queria descer um degrau com o bendito andador e não houve tempo de impedi-lo, o andador “virou” e ele se estabacou no chão de cabeça. Maior susto, mas nada grave! Olha o perigo, se fosse uma escada maior e não apenas um degrau. Ai ai ai! Não gosto nem de pensar!!!

Bom, também não houve “retardo” no processo de aprender a andar de nenhum de nós, aliás, meu irmão e eu andamos antes de completarmos um ano e minha irmã caçula com um ano completo. Minha filha, mais preguiçosa, com pouco mais de um ano. Quanto a esse tipo de “experiência triste”, eu não posso falar, embora eu tenha precisado das famosas botinhas ortopédicas quando criança, e digamos que tenha ficado com as pernas não exatamente “perfeitas”. Mas” tamo aê”, com saúde, e dignidade. Saúde é o que interessa né? (Só pra descontrair! risos).

O fato é que, eu só comprei aquele objeto de “desejo” de uma grande parte das mães, por puro capricho (mesmo o pediatra contraindicando o uso, pouco faltando para proibir por si só a venda no país. O cara era mesmo contra ao tal andador. Juro que vi sangue nos olhos dele no dia em que fiz a perguntinha mágica sobre o tal objeto), e porque eu jurava que ele iria me dar alguns momentos de “descanso”. Doce ilusão!

A verdade é que ele me trouxe mais dor de cabeça e preocupações do que eu supunha, e a pequena sinceramente não se adaptou muito bem a ele – ainda bem! - já que isso acabou por limitar e muito os períodos em que ela permanecia lá dentro. Confesso que em alguns raros momentos ele me foi útil, como por exemplo, na hora de estender uma roupa no quintal – que é plano, sem degraus e depressões, cercado, e sem risco algum para a integridade física da princesinha – e nada que um sling não resolvesse o problema tão bem quanto, ou até melhor. Em fim!

Manu presa na passagem da porta. Cadê a liberdade?
Mas num geral, eu não via muito utilidade na bugiganga, já que a filha não curtia ficar longos períodos nele. Seus passeios espevitados, empurrando o treco de rodinhas pelo quintal não passavam de 20 minutos, isso nos momentos em que ela ficava entretida por mais tempo tentando pegar o rabo do cachorro lá de dentro da coisa, atividade essa bastante difícil já que aquele “entorno plástico” todo limitava e muito o acesso dela aos lugares, e perigoso também, uma vez que ela impulsionava o corpinho para frente e por algumas vezes ela pegava “impulso” e quase conseguia virar para fora do andador – cada susto eu tomei!

Sempre permiti que ela usasse, podendo eu supervisionar integralmente o tempo que ela permanecesse no andador, do contrário, nada de bugiganga de rodinhas que promete ensinar a andar e dar liberdade à criança e à mãe (doce ilusão de novo!). Mesmo que o local onde ela iria ficar com o andador parecesse o mais seguro e confiável possível, eu nunca tirava os olhos dela, e ficava sempre próxima. Nunca confiei naquilo, e sinceramente, não dá mesmo pra confiar né?

Eu não julgo a mãe que opta por fazer uso desse objeto, porque de fato é algo de cunho bem particular, embora hoje a venda esteja proibida em todo o país. Porém, como grande parte das coisas nesse país, eu acho que o andador faz parte de uma cultura brasileira bastante questionável e duvidosa, dentre tantas outras coisas que fazem parte dessa cultura, e passam a mesma sensação de “perigo” e dúvida. Na minha humilde opinião, andador é assunto de saúde pública, que exige muito mais cuidado do que parece, de repente até uma lei, quem sabe para proibir o uso, e determinar a extinção definitiva desse artefato plástico. Mas esse já é outro departamento.

Uma vez, pouco tempo depois de eu comprar o andador (comprei quando Manuela tinha 6 meses) num desses grupos de maternagem do facebook, houve uma discussão “árdua” sobre o uso do andador, e uma fisioterapeuta, mãe, que fazia parte do grupo, entrou na discussão defendendo o “NÃO USO” e tentava quase que desesperadamente alertar as outras mães sobre os perigos do uso desse objeto. Após muitos argumentos, muitas contraposições, muitos “links” de artigos, estudos, matérias, notícias sobre os malefícios do andador, sem obter resultado algum, e quase sendo massacrada pela maioria das mães que estavam na discussão, ela ponderou e desistiu, saiu da discussão falando algo que me fez refletir, e muito: “Não vou discutir, mas vou lembrar vocês de um detalhe: Aqui no Brasil tudo é muito aceitável, tudo é muito “permissivo”, se andador fosse algo tão bom assim, que não oferecesse risco nenhum, vocês acham mesmo que países de primeiro mundo iriam proibir a venda desses brinquedos? Se nos outros países é proibido, não é um ponto a refletirmos sobre o motivo dessa proibição?” Simples assim! Foi o suficiente para me fazer pensar e pesquisar muito sobre o assunto. Na época ainda era vendido livremente andadores nas lojas de brinquedos e artigos infantis. Hoje a venda é proibida, porém não há uma fiscalização rigorosa, e ainda é possível encontrar lojas que comercializam as rodinhas mágicas e perigosas.

Foi então que eu definitivamente decidi que não ia mais usar o tal andador. Hoje, certamente eu não me daria ao luxo do suposto benefício da dúvida, hoje eu não compraria algo por capricho como o fiz, hoje após ler e reler histórias assustadoras de acidentes com andadores, de ouvir profissionais mencionando os danos que ele pode causar, vendo o quanto ele limitou a liberdade de exploração da minha filha, eu jamais gastaria meu dinheiro com tamanha “bobagem”, eu jamais me iludiria com tanta enganação. E eu não decidi isso do dia pra noite, ainda antes, pesquisei li, reli, me informei muito! As afirmações da fisioterapeuta no grupo só me alertaram de que algo estava errado, e foi o pontapé inicial para que eu buscasse a informação adequada para formar a minha opinião própria sobre o assunto, revendo meus conceitos anteriores e os mudando radicalmente.

Eu não vou citar dados de estudos, não vou apresentar links de matérias sobre o assunto, mesmo porque, não há matéria, estudo ou embasamento científico que mude a opinião de quem não se dá a oportunidade de mudar, de ouvir, de ponderar. Essa é a minha visão sobre o andador, e quando eu pensava diferente e via alguns profissionais falando algo que contrariava meus conceitos a respeito, mas não me dava a chance de pesquisar e buscar informação adequada, eu também achava que aquilo era tudo “especulação”. Eu só pude mudar de opinião quando me permiti pesquisar, ler, me informar, e finalmente abri a mente para compreender que haviam muito mais coisas sobre o assunto, do que supunha a minha vã filosofia.

Eu, não sou mais a favor do uso do andador, eu, hoje não usaria com a minha filha, eu, mas somente eu, acho arriscado, perigoso, um risco desnecessário à se correr. Mas, também eu, não tenho autonomia para julgar ou criticar a quem decide comprar e usar com seu filho. Isso é algo muito particular. Mas assim como tudo nessa vida, eu deixo a “dica”, faça sua escolha bem informada, sabendo dos riscos e perigos à que você está expondo o seu filho. Faça uma análise risco x benefício e tome sua decisão, consciente, bem informada. Simples assim!

Ps.: Esse texto foi escrito em minha página no facebook há exatamente um ano atrás, quando o assunto da proibição da vendas dos andadores veio à público, e as discussões sobre o uso tomaram as páginas, blogs e grupos de maternagem. É um texto sobre o meu parecer pessoal a respeito de andadores, mas achei interessante compartilhá-lo aqui. Eu não mudei de opinião, e o próximo bebê, que ainda é apenas um desejo, não chegará nem perto de um andador.