E a mamãe pensante andou pensando em política...
Que me desculpem os sociólogos,
historiadores, filósofos, mas eu não estou presa ao passado Psdbista, e não
pude julgar o candidato derrotado por mínima diferença, diga-se de passagem,
pelas mazelas antepassadas do partido ou pelo histórico de maus feitos de FHC. São
pessoas diferentes, são épocas diferentes. E eu não voto em partido, eu voto em
possibilidade de mudança, mesmo que ela seja apenas uma remota sugestão utópica.
Nem de longe o candidato tucano era o candidato ideal, mas uma alternância de
poder a essa altura, seria bem vinda.
Eu vivo num presente, e nesse presente me
preocupa mais o parecer dos
economistas do que dos filósofos e historiadores. Podem me chamar de
umbiguista, individualista, de capitalista radical, de reacionária
neoliberalista e de sei lá mais o que, eu estou sim muito preocupada com a
nossa economia, porque isso tem refletido diretamente na indústria, e é numa
indústria, que eu trabalho e garanto o sustento da minha família. E eu tenho visto
esta mesma indústria à beira de um colapso há alguns anos. Eu nunca pude contar com
assistencialismo de governo. O governo me colocou numa posição de “classe
média”, e eu ainda estou buscando uma coerência lógica para essa colocação, porque
definitivamente minha situação financeira não me eleva a esse patamar desejado
por tantos, e odiado por outros.
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Marilena Chauí que o diga! Ela
que me desculpe, mas eu não tenho absolutamente nada contra a classe média.
Quisera eu fazer parte de forma absoluta dessa classe que movimenta 58% da
economia desse país. Ao contrário disto, eu precisei financiar meu apartamento
numa instituição financeira para ter uma casa própria, não consigo fazer
viagens interessantes nas férias, não tenho um carro do ano, e longe de
conseguir consumir tudo que desejo, eu consumo o essencial à minha
sobrevivência, para manter um mínimo de dignidade.
Logo Marilena, essa
senhora bem vestida de nome conceituado e discursos emocionantes, logo ela,
parte integrante desta parcela da população brasileira, vem dizer que odeia a
classe média? Esse discurso marxista furioso não me convence. Suas palavras
revelam apenas uma fração do que ela sente por nós. Aliás, se ela quer combater
o preconceito, e as abominações cognitivas as quais ela se refere, é melhor que
ela se “localize”, pois ela a meu ver está se incluindo como tal abominação.
Preconceito é preconceito minha gente, e o que Marilena Chauí declarou em seu
discurso de “emoções inflamadas” na comemoração dos 10 anos de governo PT, nada
mais foi do que PRECONCEITO.
Mas os seus seguidores são muitos,
longe de compreenderem a incitação de ódio e discriminação da professora, eles
a defendem com a “desculpa” de compreenderem o que ela quis dizer. Sinto muito,
mas eu não compreendo! Fui obrigada a ler que “o povo está se achando classe
média só pra se sentir importante”. Oi? Não minha gente. O povo só está “aceitando”
e muito a contragosto, a colocação que o próprio governo lhe impôs. Se é coerente,
não importa, o governo é quem dita as regras, né? O governo, que deveria
governar para todos, está preocupado com estatísticas de classes sociais, isso lhes garante algum prestígio diante de perspectivas
comparativas, ao que parece, e só. E se na concepção deles nós somos classe
média, mesmo que não tenhamos uma renda suficiente para nos dar uma condição de
vida financeira estável de classe média, então, indignados nos submetemos a isso, não há
muito que se fazer. Até porque, a minha avó que sobrevive com um salário
mínimo, que não tem nem TV a cabo e nem internet, e que ajudo mensalmente com
cesta básica, ela, segundo a “contagem” do governo PT, é classe média. Que
lógica isso tem? Eu digo que nenhuma. Mas vamos ser felizes e juntar as
migalhas que nem sobram para quem sabe um dia fazermos uma viagem para o
exterior. O governo jura que podemos. Eu ainda estou em dúvida.
Independente de me achar ou de
ser obrigada a engolir tal classificação, porque definitivamente não acho mesmo
que eu me enquadre nesses números equivocados, eu não engoli foi o discurso
furioso da professora de filosofia petista. Porque claramente ela se referia a
uma parcela da população, que raciocina e que rala muito, e vota com a cabeça e
não com o estômago, e se orgulha disso, mesmo estando longe de ser classe média.
O problema dela com essa tal classe média, aliás, deve ser esse orgulho pelo
suor derramado em suas conquistas.
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Nenhum discurso de ódio me
convence. Discurso de ódio e intolerância me dá nojo e eu repudio qualquer tipo
de preconceito. E o que a professora fez nada mais foi do que declarar
preconceito à classe média. E cá entre nós, que diferença há entre esse tipo de
ódio com o que temos visto rede social a fora no que diz respeito à divisão
clara de “preferências e ideologias políticas”? Preconceito é preconceito. Ódio
é ódio. Qualquer que seja o discurso que envolva ódio e preconceito merece
repúdio. Simples assim.
Marilena se esvaiu em seu
discurso medonho, sem muito argumento, mais cheia de ódio e intolerância, ela
surtou. Perdeu o limite do bom senso, e se há alguma abominação cognitiva aqui,
esse alguém é ela, porque ela foi ignorante. E ela foi a estupidez, a
arrogância, a petulância e a ignorância reunidas num só discurso, numa só
pessoa.
Como gosto de repetir o meu
discurso bordão: Não se combate preconceito com mais preconceito. Não se
combate ódio com mais ódio, violência com violência. Marilena Chauí perdeu a
razão. FIM!
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Se ela queria convencer alguém
sobre como a classe média brasileira é medíocre, ela só conseguiu convencer a
classe média e a classe que o governo diz que é média, de que “intelectuais
acadêmicos” também sabem ser ignorantes e medíocres, tanto quanto ou até mais
aos que ela repudia e chama de aberração e terrorista. Vestida com um terninho
aparentemente de grife, ela perdeu os argumentos e se afundou em ofensas vazias
num discurso raso. E fora aplaudida com honras, por ninguém menos que Lula, o
PTista pai, que enquanto Marilena destilava seu ódio com palavreados mal
colocados, embora bem discursadas, ria-se em deboche.
(E esse houvera sido um
dia, o herói da minha infância visto pelos olhos vislumbrados do meu pai! Ledo engano o meu.)
Eu que não tenho essa “sensibilidade
filosófica” dos acadêmicos sociólogos e historiadores para ver o nosso atual
modelo de governo como uma coisa boa, (muito embora veja suas grandes
conquistas sem lhes tirar o mérito) e nem essa melancolia inflamada que incita
ódio como o da Sra. Marilena, vou tentando seguir em frente a passos curtos, em
busca da minha colocação coerente na classe média, já que hoje ela é fictícia.
Dados estatísticos ainda não pagam as minhas contas, ainda não me permitem
viajar quando desejo, e ainda não me pagam férias em Miami.
E se por um lado, a minha
indignação com o discurso de ódio da professora Marilena contra a classe média,
me corroeu os neurônios, por outro lado, esse discurso me fez refletir em como
as pessoas tem vivido aprisionadas a ideologias, e tem se usado delas para
defender um partido corrupto. Essas eleições trouxeram à tona até mesmo as
malfeitorias de FHC, como se Aécio Neves fosse a projeção da continuidade de um
governo já superado e deixado para trás. Até esse vídeo da Marilena, gravado em
2013, foi tirado do fundo “mais raso” do baú como tentativa desesperada de
“cancelar” intensão de votos de simpatizantes do governo PTista (como se isso
fosse possível). Não funcionou. Funcionou melhor o terrorismo dos militantes
depredando a editora Abril e coagindo o galera do bolsa família dizendo que
eles perderiam o auxílio se a oposição ganhasse as eleições. Deu certo!
O fato é, que até pouco antes das
manifestações de 2013, eu não tinha uma visão política muito bem definida. Eu
tinha certa bronca do PT por ouvir em sua hierarquia organizacional nomes como
José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno.
Eleições passadas, fim das brigas
em rede social, ou não, a minha visão política não muito polida, e cheia de
alguns alavancos e desencontros, foi se desenhando e se definindo. Eu, pela
vivência sofrida, pela história de vida, pelas conquistas suadas, compreendi
que na minha filosofia não cabe socialismo. Eu não me identifico com ele. Infelizmente. Ou não! PT não me
representa. Não mais.
Insatisfeita com o resultado
dessas eleições, por questões óbvias, eu sigo a caminhada vendo os cofres
públicos serem saqueados com a permissão de 51% dos brasileiros, sendo que 21%
se abstiveram da responsabilidade de cobrar que os ladrões sejam punidos. Sigo
vendo José Dirceu e José Genoíno aclamados como heróis pelo PT, e ainda por
cima, tendo suas penas reduzidas. Tenho pena de Joaquim Barbosa, trabalho duro,
condenações quase históricas reduzidas a “pó”.
Seguirei indignada, ao me lembrar
de que o governo deixou de recolher mais de 1,1 bilhão de reais em impostos da
FIFA na realização da copa desse ano, perdoou dívidas de países africanos,
financiou porto e aeroportos em Cuba, metrô na Venezuela, e nós continuamos com
saúde e educação sucateados. Nossos metrôs e portos então, nem se fala. A
indignação permanecerá, quando os noticiários falarem no escândalo da Petrobrás,
e em seus evolvidos: nomeados pelo governo e integrantes deste partido. A minha
indignação com os meus irmãos conterrâneos seguirá quando os culpados forem
condenados (e eu espero que seja logo), e a presidente eleita por eles, seguir
com seu discurso passivo e permissivo, se isentando de qualquer
responsabilidade a respeito dessas situações. Pior, se abstendo do dever de
dizer o que pensa a respeito de pessoas como José Dirceu. E eu
repito, eu vivo o presente, e este presente é “doído”, carregado de corrupção e
escândalos. Um dia isso será história, será que os historiadores e filósofos irão
se atualizar e lembrarão isso?
Seguirei indignada, pela
complacência brasileira, pela ausência de coerência nas urnas em contraste com
o que vimos nas ruas (e eu falo também com relação ao governo do estado.
Alckmin de novo?). O rosto desses brasileiros que vaiaram nos estádios, diante
dos olhos do mundo inteiro, a então presidente, que saíram as ruas em
manifestações, agora não tem mais forma diante dos meus olhos. Esses rostos se
apagaram, e não apenas da minha memória, mas do peso histórico que as manifestações
teriam, se tivessem sido levadas a sério. O Gigante não acordou meus amigos,
mas dorme em berço esplêndido. O dissabor desse lamentável desfecho das
eleições foi surpreendentemente o de luto, não por incompetência de um governo
de conquistas reconhecidamente absolutas, mas pela sujeira que se vê nas
notícias mais recentes sobre corrupção. O país veio à falência de seu estado de
graça, onde “verás que um filho não foge à luta”, mas morreu afogado às
“margens plácidas do Ipiranga”. Não foi impávido embora belo! O povo dormiu num
importante momento de sua história como nação democrática. Votou pela
necessidade e não pelo amor à pátria. Votou pelo passado e não pelo presente.
Longe de mim, falar contra os
pressupostos desse governo ou de qualquer tipo de assistencialismo, acreditando
eu que, essas são conquistas importantes da sociedade, ganhos sociais que governante
nenhum deve botar a mão. Eu tenho que dizer que embora eu reconheça todo potencial dos auxílios sociais como arma importante para tirar brasileiros da miséria extrema em
situações emergenciais, sigo, com aquele gosto amargo de que isso limita (ou
escraviza) grande parte da população a permanecer no escuro e votar pelo medo
de perder o que lhe garante sustento. Esses que em grande parte são inclusive
desprovidos de informação, e provavelmente não estão cientes do que acontece
nesse país. Alguém já perguntou para algum deles sobre o escândalo na
Petrobrás? Sobre mensalão? Sobre nomes como José Dirceu? Se eles sabem,
ignoram. O que deve ser pior. Enfim, sigo acreditando que um dia essa realidade
irá mudar. Eu preciso acreditar nisso, é o que me resta agora.
Eu não consigo me limitar a olhar
esse país pelos olhos dos acadêmicos de ideologias socialistas brilhantes, por
mais que às vezes eles pareçam ter razão. E eu respeito muito esse ponto de
vista. Mas hoje eu só consigo perceber, que enquanto um governo governar só para
os “pobres”, a classe trabalhadora é “ameaçada”. Eu só consigo enxergar o que
afeta aquilo que garante o sustento de milhões de brasileiros, trabalhadores: o
emprego. Esses estão ameaçados se a economia continuar como está. E essa é uma
vertente importante a ser considerada num governo. Não vamos tapar o sol com a
peneira, essa é uma parcela importante da população.
Eu só espero de coração que a
presidente reeleita faça jus à frase: “Brasil, um país de todos”, e passe a
governar também pela classe média, e pelos que ralam tentando uma colocação
descente na tal classe, já que o governo sem muita coerência insiste em
coloca-los lá. Eu só posso desejar sorte à presidente e a nós, porque estamos
mesmo entregues à própria sorte.
Aos historiadores, eu digo que
têm meu respeito eminente a essa visão incrível, esse peso enorme de acadêmico
que estudou para conhecer o passado e as origens, e compreendo que essa carga
histórica, poderia sim refletir de algum modo, inclusive negativo, no governo
de determinado partido. Porém não dá pra viver preso ao passado, eu vivo num
presente, duro presente, e esse me diz que é mais grave o que tem acontecido
hoje, porque isso reflete diretamente na situação atual do país. Essa história
a que se referem, é uma lembrança amarga do que aconteceu no passado, que já
foi superado (espero). Vivo o presente, e seja o que Deus quiser.
Aos filósofos
e sociólogos petistas eu digo: Não sou acadêmica e voto por vivência, pelo que
vejo pelo que pondero, e não apenas por ideologia.
Aos demais, eu digo: Rala
povo brasileiro... Aquele que não tem bolsa social tem que ralar pra viver!
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